Ex-assessor de Trump diz que Lula tem 'cérebro de banana amassada' e o compara a Biden
06/08/2025
(Foto: Reprodução) O consultor Jason Miller (à esq.) ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, em imagem de 2024.
Reprodução/ Redes sociais Jason Miller
Jason Miller, ex-braço direito de Donald Trump, publicou nesta quarta-feira (6) uma mensagem nas redes sociais em que afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o cérebro como “banana amassada”. Ele também comparou o brasileiro ao ex-presidente Joe Biden.
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Miller foi um dos principais assessores de Trump durante o primeiro mandato do presidente dos Estados Unidos e integrou a equipe de transição após a vitória nas eleições. Ele ainda mantém uma relação próxima com Trump.
Na noite desta quarta-feira, o ex-assessor reagiu a uma entrevista de Lula à agência Reuters, na qual o presidente brasileiro afirmou que não iria se humilhar para debater o tarifaço de Trump ao Brasil.
“Lula é o Biden dos trópicos. O cérebro dele é como banana amassada agora”, escreveu Miller no X.
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A menção a Biden é uma referência a comentários frequentes feitos por aliados de Trump para ironizar e questionar a saúde física e mental do ex-presidente. Durante a campanha de 2024, esse tipo de ataque foi usado de forma recorrente por republicanos.
Nos últimos dias, Miller tem feito diversos posts sobre o Brasil, com foco em ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No domingo (3), ele compartilhou imagens de manifestações promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2021, após uma viagem a Brasília em que visitou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o norte-americano foi conduzido por policiais à sala da Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele foi ouvido no âmbito do Inquérito das fake news, conduzido por Moraes à época.
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Entrevista de Lula
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Em entrevista à agência Reuters, Lula disse que só pretende ligar para Trump quando sentir que há disposição real para diálogo. Até lá, afirmou que não vai se humilhar.
Segundo Lula, a intenção é debater o tarifaço com o Brics — grupo de países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte, junto com China, Rússia, Índia e outros.
A declaração ocorre no momento em que o governo brasileiro enfrenta uma crise diplomática com os Estados Unidos após o anúncio unilateral de tarifas comerciais de 50% contra produtos brasileiros, medida adotada por Trump.
“Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, declarou Lula.
A tarifa anunciada por Trump entrou em vigor nesta quarta-feira. Os EUA cobram uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros no país, a mais alta cobrada pelo governo norte-americano.
A medida prevê uma longa lista de exceções, como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos. A carne e o café, contudo, estão entre os produtos afetados.
Ao ser questionado se a relação entre Brasil e Estados Unidos vive hoje o pior momento dos últimos 200 anos, Lula disse que a crise atual tem origem clara.
Nesta quarta, o Brasil acionou formalmente a OMC para iniciar um processo a respeito das tarifas. O governo solicitou consultas aos EUA, etapa anterior à eventual abertura de um painel, mecanismo de julgamento dentro da organização.
A OMC, no entanto, está esvaziada, e o próprio governo brasileiro entende que a chance de sucesso é pequena. Mesmo assim, Lula, defensor da OMC e do sistema multilateral, entendeu que era preciso fazer esse gesto.
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